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terça-feira, 5 de agosto de 2014

Fartura




Bem sabes moça, que a formosura,
É de perto pelo tempo, assediada,
Como valete, tem a dama vigiada.
Não pelo seu viço, ou  pela figura.

Mas por aquilo que em ti é fartura
E cumprindo o papel a contento
Ficará pela estrada a seu tempo
Para ser de outras vidas, ventura.

Mas  aquilo que é teu tesouro
Não está por alguém protegido
Mesmo valendo mais que ouro.

É  este encanto, esta alegria,
Que a jovem, o tempo vencido.

Terá  n’alma, o que no rosto via.

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Ausência


Saístes, e nem bem chegara à Primavera.
E aquilo que era o mais colorido jardim
Enlanguesceu-se, enublou-se, que assim,
Carece de sua rosa para tornar o que era

Ficaremos aguardando, que outro jeito?
Se o imperativo a fez refém e lhe ordena,
Mas não se assuste que é coisa pequena,
Como tal, logo, logo, vai ser levada a eito.

Não demores muito, nesta sua ausência,
Volta, com seus gestos largos e amplos.
Traga-nos este sorriso e todos os encantos,
Que nos é tão grato, quanto sua docência.

A sua ausência também nos será uma lição
Dir-nos-á, da importância de sua presença.
Como o turibulo na ara que tudo  incensa,
 Com eflúvios  florais, envoltos em benção.


“Se voltar não faça espanto, cuide apenas de você 
De um jeito nessa casa, ela é nada sem você 
Regue as plantas na varanda, elas devem lhe dizer 
Que eu morri todos os anos, quando esperei você
 ...”
Roberto. Carlos (online)


Primavera de 2012

Eclipse
















Não deixe uma nuvem de tristeza
Toldar o sol, que em teu rosto brilha,
Veja que a lua, solitária andarilha,
Tem por vezes, oculta sua beleza,

Quando a Terra a esconde do fulgor
Não lhe tira mesmo assim a sina
De ser aquela que ao poeta ensina
Fazer canções, e  cantar o amor.

O sol por vezes pela lua, embotado,
Lança na Terra pequena sombra
Mas,   o dia permanece ensolarado.

A tristeza  que ora morna teu rosto
É apenas um eclipse, não assombra.
É Ave a cruzar o sol, em Agosto!


Araçoiaba, Primavera  de  2012.

terça-feira, 14 de maio de 2013

Mãe, Simplesmente!



Falar de Mãe é fácil, é só cortar as veias, ver e sentir 
o sangue esvair, é assim que elas agem, se dilaceram 
e se esvaem, todo o tempo, o tempo todo, se doam , 
e nunca se esgotam, falar de amor?, Não falam, 
por falta de tempo,estão sempre muito
ocupadas praticando amor, e como 
só as Mães sabem fazer, 
e isto não é fácil!..

Urano., Maio/2013

domingo, 10 de março de 2013

Dia Internacional da Mulher




As Senhoras do Mundo



Esta semana em que se homenageia a figura feminina, não poderia deixar passar a oportunidade de lembrar algumas figuras do gênero que foram e serão sempre almejadas por todos, cobiçadas por alguns, como utopias, festejadas por outros, e em alguns lugares mantidas em subterrâneos, sem que  possam ver a luz do dia, ou mesmo  relegadas a planos secundários, maltratadas e desconhecidas  de tantos.

Para estas senhoras, antigas no imaginário da humanidade, musas fiéis que permanecem jovens e cheias de encantos , e nos acenam amistosas sempre que a evocamos, são lenitivas,  são acalantos para desesperados, são como mães para os que se sentem órfãos e abandonados, alimentam a todos com sonhos possíveis.
Lembremos-nos delas, com um belo e colorido arranjo de flores, não só nesta data, mas todo o tempo, para não se sentirem esquecidas, nunca.

A Justiça,  Liberdade e Igualdade: As damas mais antigas a frequentar os sonhos da humanidade, e que   ainda hoje, são sonhos de muitos.
A Moral, Ética e Decência: Figuras necessárias para a estabilidade e segurança das outras damas, e o bom e ideal relacionamento entre pessoas e Estado, mas se tornaram furtivas, estando  cada vez mais ausentes.
A República, Democracia e Constituição: Estas, o arcabouço que deve dar guarida e zelo a estas damas, mantendo as íntegras, harmônicas e unidas.



A Lei, Ordem e Paz, Esta damas precisam andar sempre juntas, de mãos dadas, pois, sem Leis inexiste Ordem, sem  Ordem não há Paz, sem Paz a humanidade não progride, não evolui, apenas compete entre si, pereniza sua  condição animal.

A Sociedade e suas tão necessárias damas de companhia, sem as quais o mundo, seria visto em tons de cinza, sem graça alguma, são elas:
 As Mulheres, Beleza, Maternidade, Mães, Graça, Oração, Benção, Caridade, Harmonia, Sorte, Verdade, Luta, Vitória, Conquista, Mãos, Doação, Consciência, Sinceridade, Bondade, Alegria. Doação, Inspiração, Poesia, a  flor.

A Raiva, nesta reside a verdade, revela o verdadeiro homem adormecido e dissimulado.

A Morte, ela é o símbolo de integridade e imparcialidade, a única coisa que o homem                   não consegue corromper.
Este mundo feminino, que dá belo sentido à vida, precisa ser preservado de algumas personagens, que embora do mesmo gênero, deveriam ser extirpadas do vocabulário e das vidas de todos, por serem causadoras de tantos sofrimentos e dissabores a humanidade.

São elas:
A Maldade, Falsidade, Hipocrisia, Demagogia, Ganância, Ignorância, Truculência, Ditadura, Tortura, Intolerância, Amargura, A Falta, Pobreza, Miséria, A Injustiça.

Como contraponto a este mundo dominado por “Elas”, apresentamos dois elementos do gênero masculino, mas que permeia os dois mundos harmoniosamente.

O Amor  e o Perdão.







Parabéns Senhoras, pelo seu merecido dia.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Destino


O destino sempre me fez pouco, me traiu,
Deixou-me a meio caminho de tudo sempre
E vida passou rápida como o vento
Supliquei para esperar, em vão, não me ouviu.

Hoje vejo teus olhos, como sirius ou leão,
Tão distantes e enganosamente pertos
Atraem-me com seu brilho intenso
Falam de amor, acenam da imensidão.

Teus lábios murmuram docemente,
Coisas que assim sempre sonhei ouvir
Mas me recuso ternamente, me oponho,

Acreditar nesse sonho, lindo sonho
Que sufoca me maltrata até sucumbir
Mas que me deixa, por demais contente.





A Brisa


Como uma brisa mansa
Que numa tarde quente
Vieste me trazendo o frescor
Acariciando meu cansado corpo
Aliviando minha alma doente.

Mas como veio se foi, silenciosa,
Deixando a sensação gostosa
Da incerteza de tua volta,
Quando virás, trazendo então dos campos,
O perfume da flor mais cheirosa

Assim como a brisa incerta,
Que quando vem é bem vinda,
Serei grato se a mim vieres
Mesmo que por um instante,
Ansioso, te espero ainda!

E serei feliz por teres voltado.






domingo, 24 de fevereiro de 2013

Alma Sedenta




Assim como o sol, da vida e a fonte
Você se iguala dando amor e alegria
E vertente de inspiração, de magia,
É amor, é sol, brotando no horizonte

Água pura e fresca, que socorrer veio
O cansado viajante de sede sofrendo
Sede de Amor, doce sede, tão doce amor
Amor sorvido ansiosamente em teu seio

Onde me encontro, onde faço meu ninho;
Ali adormeço indolente no seu abraço,
E da solidão esqueço com o teu carinho

No teu colo vivo meu sonho plenamente
Onde posso fazer este instante eterno
Para poder assim te amar, eternamente.








sábado, 23 de fevereiro de 2013

Tapete Mágico






Ao visitar “Meu Mundo”, não estranhe,  ande com cuidado e atenção, observe. “A Rua de Pedra” que ainda resiste, guarda um passado de vergonha que querem apagar, mas o betume não cobrirá o sangue e as lagrimas que  amalgamaram cada bloco, emparedando  gemidos e soluços escravos, ele lembrara sim a cor de nossa história.

Mas se apresse, pois nele ainda poderá encontrar algum “Mascate”, oferecendo um sorriso e um sonho para “Rosalina”, mas de olho na “Porquinha Chimbica” para que não fuce suas malas, aproveite, ouça um causo, viaje nas muitas estórias dele, colhidas nas estradas, aqui e ali, como mexericas.

Guarde as imagens destes “Momentos”, serão ternas como as “Saudades de Você”, se farão presente num “Dia de Tristeza”, próprio para fechar os olhos, e madornando, ouvir a voz melodiosa da mãe, se dando a contar  uma estória,   “Era Uma Vez Uma Menina que Ouvia Conto de Fadas”

Enleve-se com juvenis  “Sentimentos”, aprecie “A Lua e as Estrelas”, e sob este manto faça uma longa “Caminhada”, perceba a “Beleza da Vida”, rejuvenesça se com as “Lembranças de Paixão” esqueça as   “Diferenças”, seja como ‘A Natureza” que é lembrada, ao se roçar num “Galho Verde”, todo orvalhado, ou ao Sentir o Cheiro da “Dama da Noite”, num “Momento” de pura magia.

 Recordar a “História de uma Vida” será como  refazer “Um Passeio de Domingo”, desfrutar cada instante e  lugar, tudo observar com “Paciência”, se  deixar levar pela brisa,  ir  até “A Casa da Vó Dola”, que tem  ao lado “O Lago Encantado”, onde cisnes atentos protegem “O Casarão Amarelo”, solitária e imponente lembrança,  incrustada como uma gema na paisagem, da ‘Serra Da Boa Esperança’.


Onde vive “O Grande Menino” que por sua bondade e candura, é tido como um Anjo Especial, que alivia as tristes “Lembranças de Uma Vida” marcada pela “Espera”, com lagrimas, em “Cristais”,  testemunhas das  “Saudades” do antigo arraial, suas festas e procissões ao casamenteiro, “Santo Antonio”, o preferido das moças.

Sua tristeza teve inicio na festa de “Natal de Aninha”, uma menina da sua idade, por quem se apaixonou, e dali em diante se sentiu “Perdido no  Amor”, um sentimento que se tornou mais forte e angustiante pela “Ausência”  dela, que tinha ido morar com a tia em Divinópolis, para estudar.

Para ele,  viver assim era “Vida Perdida”, não tinha vontade de estudar, “Pensando” em dar uma solução, teve uma ideia,  e esfregando nervosamente  as Mãos,  arrumou se frente ao “Espelho”, ajeitou o colarinho, os cabelos e foi ter com seu Hadade, o amigo “Mascate”, que por ser muito viajado, poderia lhe aconselhar ou mesmo lhe dar alguma poção que lhe aliviasse a agonia. 

Então seu Hadade parou por uns instantes a olhar aquele rosto ainda de criança,  cujos olhos denunciavam uma emoção e ansiedade de quem busca a salvação, parecia em  êxtase,  já antevia  o rosto de sua amada  junto ao seu. “O Mascate” então lhe disse: _”Você” está na flor da mocidade, na fase mais emocionante da vida, pelo  que lhe invejo, pois nesta idade todo sonho é “Um Sonho Real”, mas o sofrimento, verdadeiro.

Mas acaba passando, acredite, deixa marcas indeléveis em “Você”, amor assim, não finda, como bolha de sabão, ao estalar de dedos, lembrará sempre dela, a sua imagem “Virtual”, não verá o tempo passar, e quando um dia acordar para  a vida, o tempo para ti terá passado, mas não percebeste, sentirá uma paz indescritível, se deitará ao lado da janela, sob uma réstia do sol já se pondo, e lentamente adormecendo, a terá  para sempre ao seu lado, em sonhos.






Para Odalisca, Outono/13


quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

O Jardim e o Amor





O Jardim, assim como o amor,
Precisa de alguém cuidadoso
Pra estar sempre bonito, viçoso,
Carece de atenção e muito labor.


A roseira irá lhe agradecer
Se você com amor, dela cuidar,
Botões e Rosas vai lhe ofertar,
Com gotas frescas de alvorecer.



Mas se engana quem espera
Que tal não tem seu preço
Se pela roseira não tem apreço
Os rasteiros, lépidos a dilacera.




 Da roseira, só espinho e cepa,
Adormece ressequida ao léu
A brisa lhe cobre em fino véu,
Até que nova rosa encrespa





                               
As Abelhas e os beija-flores,
Fazem revoadas coloridas
A rosa alimenta suas vidas
Em nossa vida, põe cores.



No amor é mesmo assim
A mulher é como a rosa
Linda, delicada e amorosa.
Faz de nossa vida, jardim.





Urano Leite de Sousa
Fev, 2013

Ave! Drummond















No meio do caminho tinha uma flor!
A rosa estava no meio do caminho
Em todo caminho deveria ter uma flor
E seria tão bom andar pelo caminho
Que em vez de pedras, tivesse flores.
Quão  mais alegre, trilhar esse caminho.
Caminhos sem pedras, mas com flores,
Encontrando  pedras pelo caminho
Tire as, deixe em seu lugar uma flor.
E teremos em todos os caminhos, flores.
Rosas no meio de todos os  caminhos,
Não esquecerá que no meio do caminho,
Tinha uma solitária rosa, esperando,
“Na vida de minhas retinas”, estampada.
A imagem de uma rosa no meio do caminho,
“Então, nunca  me esquecerei” daquela flor,
Que estava no meio do caminho,
Quando pisada, exalou seu doce aroma,
Da pedra? Só dor, e o grande hematoma,
Vou lembrar-me da flor e do caminho,
Caminho que tinha uma flor
No meio, e não só uma pedra!
No caminho
Da Rosa!
Tinha uma flor no meio do caminho.
A flor eu peguei, coloquei num vazo,
Enfeitei e perfumei meu cantinho
A pedra? Ficou só,
lá, à margem do caminho.


Urano Leite de Sousa
Fev, 2013

Canoas do Ribeira



Canoas do Ribeira




Antes que meu tempo acabe
Eu quero mostrar ao mundo,
Um pouco da vida dura                           
Que tem nas beiras dos rios
Sejam rasos ou profundos
Estas fotos estão mostrando
É lá dos anos cinqüenta
Gente que não aposenta
Que vive só trabalhando
Vão vivendo com tão pouco                   
Com tão pouco se contenta
Embora sejam doentes
Ate resistem bom tempo
São gente que embora durmam
Os sonhos não as freqüenta
Vivem sós com os seus dias
E pra eles se alimentam
A esperança que um dia,
Nestes rios navegou,
Foi se como a canoa
Por corredeiras rodou
Nestas águas, nestes rios,
Canoas não mais existe    
Nem canoeiros também
Que ajudavam essa gente
Não tem mais Nazareno
Nem Proniano Também
Mas, antes que tudo acabe
Eu assim vou lhes contando
Pra não dizerem que não sabem
Que um dia existiu canoas     
No Ribeira deslizando
Canoas que eram levadas
Por *Lazáreos* e Pronianos.

* minha memória pode estar me traindo quanto ao nome do outro
canoeiro, que me lembro era tido como Nazareno ou Lazareno,
depois  fiquei sabendo que seria Lazáreo, quando souber o certo, farei a correção.


**A estas pessoas do passado, fica aqui o meu tributo, embora tardio,
 minha gratidão por terem sido parte de minha vida
Urano de Sousa Agosto 2008

Em pé ao lado da sua canoa-------O  Canoeiro Proniano
A Mulher na Canoa                   Minha Mãe Cezária
Ao Lado                                     Urano
A Menina dentro da Canoa       Urana
O Pequeno na Canoa               Remolo
Sentado na outra Canoa           Nazareno




quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Os Olhos Dela




Os Olhos Dela.


Que nunca esses olhos chorem,
Nada embote esse olhar, um dia,
Estes olhos brilhantes, de Luzia.
Que as  tristezas  ignorem 

Este sorriso largo, de marfim,
Um portal, sempre aberto,
Pra quem estiver por perto
Se encantar  com algo assim

Os teus lábios carminado
Emolduram toda a candura
Desta  primorosa  escultura,
Como  lua nova, moldado.

Os cabelos em teu colo caídos,
São cabelos anelados de sereia
Que  oníricos contos, recheia,
Dos profundos oceanos saídos.

As sobrancelhas  delineando
O contorno de tua fronte,
Torna a tão mais radiante
Que o sol, o dia  iluminando.


Urano Leite de Sousa, Jan, 2013